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1) Nas últimas décadas houve um incontestável avanço das ciências que estudam os fenômenos mentais, com descobertas de importantes psicofármacos e comprovação da eficácia de numerosas técnicas terapêuticas psico-sociais;
2) A ancestral relação do ser humano com substâncias psicoativas ganhou notoriedade por diversas razões, desde o aumento e banalização do uso, até questões econômicas estimando os custos diretos e indiretos relacionados aos transtornos pelo uso em cerca de 300 bilhões de dólares anuais, só nos Estados Unidos.
Assim sendo, quando se pensa no tratamento das dependências químicas faz-se necessário e útil estabelecer seus princípios gerais para que se possa ao mesmo tempo, afastar preconceitos marginalizantes, proporcionar eficácia baseada em evidência científica e obter avanços na assistência àqueles que sofrem com este problema.
A seguir delinearemos breves linhas a respeito destes princípios, tomando como base duas importantes e reconhecidas instituições normatizadas do assunto: Instituto Nacional de Abuso de Drogas – NIDA (National Institute on Drug Abuse)/EUA e Associação Psiquiátrica Americana – APA (American Psuchiatric Association).
Embora proceda a crítica de que tais fontes de referência não possam ser transponíveis integralmente à realidade de uma outra cultura como a nossa, é inegável que sua tradição em pesquisa e clínica baseada em evidência tem muito a oferecer como caminho norteador da busca de excelência. Estas normas já se encontram muito bem estabelecidas na área de dependência química, mas necessitam de adaptação ao contexto brasileiro.
1. PRINCÍPIOS DE TRATAMENTO EFETIVO – UM GUIA BASEADO EM PESQUISA
(Tradução e reprodução permitida pelo NIDA de parte de sua Publicação Nº 00-4180)
Fonte: NIDA – National Institute on Drug Abuse, National Institute of Health (NIH-USA). Disponível na internet: http://www.nida.nih.gov
1.1 Não há um tratamento único, que seja apropriado para todos
É muito importante que haja uma combinação adequada entre tipo de ambiente, intervenções e serviços para cada problema e necessidade da pessoa, contribuindo para o sucesso do tratamento e para o retorno a uma vida produtiva na família, trabalho e sociedade.
1.2 O tratamento deve estar sempre disponível
Considerando que os dependentes químicos possam ter dúvidas sobre se iniciam ou não um tratamento, é muito importante aproveitar a oportunidade quando eles sinalizam estar prontos para o mesmo. Pode-se perder candidatos potenciais para o tratamento, caso este não esteja disponível imediatamente ou não seja acessível com facilidade.
1.3 O tratamento efetivo deve contemplar as várias necessidades da pessoa, não somente o seu uso de drogas
Para ser efetivo, o tratamento deve ser dirigido ao uso de drogas, mas também a qualquer outro problema médico, psicológico, social, profissional e jurídico da pessoa.
1.4 O plano de tratamento deve ser continuamente avaliado e, se for o caso, modificado para assegurar que se mantenha atualizado com as mudanças nas necessidades da pessoa
Um paciente pode necessitar de combinações de serviços que variam durante o tratamento e recuperação. Além do aconselhamento ou psicoterapia, o paciente pode necessitar também de medicamentos, outros serviços médicos, terapia familiar, orientação educacional (para os filhos), orientação vocacional e outros serviços sociais e/ou legais. É fundamental que o tratamento esteja apropriado a idade, sexo, grupo étnico e cultural do paciente.
1.5 É importante que o paciente permaneça durante um período adequado de tempo no tratamento
A duração apropriada do tratamento para uma pessoa depende de seus problemas e necessidades. As investigações indicam que na maioria das vezes, começa-se a se verificar uma melhoria significativa depois de três meses de tratamento. Quando se chega a este ponto, os tratamentos adicionais podem culminar em uma recuperação acelerada. Considerando que muitas pessoas abandonam cedo este processo, os programas devem incluir estratégias que comprometam e mantenham os pacientes no tratamento.
1.6 O aconselhamento (individual e/ou em grupo) e outros tipos de psicoterapias comportamentais são componentes indispensáveis do tratamento efetivo para a dependência
Durante a terapia, os pacientes tratam de seus problemas de motivação, desenvolvem habilidades para recusar o uso da droga. Substituem atividades em que se utilizavam das substâncias por outras úteis e construtivas em que não há o uso de drogas, e melhoram suas estratégias para a resolução de problemas. A psicoterapia comportamental também melhora as relações interpessoais e facilita a reinserção do indivíduo em sua família e na própria comunidade.
1.7 Para muitos pacientes, os medicamentos formam um elemento importante do tratamento, especialmente quando se combinam com os diferentes tipos de terapia
A metadona e o L-a-acetilmetadol (LAAM) são muito efetivos para ajudar aqueles indivíduos dependentes de heroína e outros opióides, pois auxiliam na estabilização de suas vidas e na redução do uso de drogas. O naltrexone também é um medicamento eficaz para dependentes de opióides que sofrem de dependência ai álcool ao mesmo tempo. Para os fumantes, os produtos que substituem a nicotina (adesivos e gomas de mascar) ou a medicação (bupropiona) podem ser componentes efetivos do tratamento. Para pacientes com outros transtornos mentais associados à dependência de drogas, a combinação de tratamentos psicológicos e medicamentosos é crucial para o sucesso.
IMPORTANTE: No Brasil, as seguintes medicações podem ser utilizadas na prática clínica como adjuvantes no tratamento específico da dependência de substâncias psicoativas:
- para álcool: dissulfiram, naltrexone e acamprosato
- para nicotina: bupropiona e reposição de nicotina
- para opióides: naltrexone e clinidina. A metadona (um opióide sintético, quem tem ser uso preconizado em nosso meio como analgésico), embora efetiva como fármaco de reposição em dependência à opióides, não tem seu uso liberado oficialmente para este fim no Brasil.
Freqüentemente se vêem transtornos de dependência e outros transtornos mentais num mesmo indivíduo. Os pacientes que apresentam as duas condições devem ser avaliados e tratados conforme ambos os transtornos.
1.9 A desintoxicação médica é apenas a primeira etapa do tratamento para a dependência e, por si só, pouco faz para modificar o uso de drogas em longo prazo
A desintoxicação médica trata cuidadosamente de sintomas físicos agudos da síndrome de abstinência, que ocorrem quando se deixa de usar alguma droga. Ainda que a desintoxicação por si só raramente seja suficiente para ajudar as pessoas dependentes a conseguir abstinência em longo prazo, para alguns indivíduos serve como um precursor fortemente indicado para o tratamento efetivo da dependência de drogas.
1.10 O tratamento não precisa ser voluntário para ser efetivo
O tratamento pode ser facilitado pela forte motivação do paciente. Entretanto, medidas compulsórias ou recompensas dentro da família, do ambiente de trabalho ou do próprio sistema judiciário podem incrementar significativamente a porcentagem de indivíduos que entram e que se mantém no processo, bem como o sucesso do tratamento da dependência de drogas.
1.11 O uso de drogas durante o tratamento deve ser supervisionado constantemente
Durante o período de tratamento, há risco de recaídas ao uso de substâncias psicoativas. A supervisão objetiva do uso de drogas e álcool durante o tratamento, incluindo análise de urina ou outros exames, pode ajudar o paciente a resistir a seus impulsos de usar estas substâncias. Este tipo de supervisão também pode proporcionar uma evidência precoce do uso de drogas, para que o plano de tratamento do paciente possa ser reajustado. Informar os resultados aos pacientes, cujo resultado tenha sido positivo para o uso recente de substâncias, pode ser um elemento importante no processo de tratamento.
1.12 Os programas de tratamento devem incluir exames para HIV/AIDS, hepatite B e C, tuberculose e outras enfermidades infecciosas, conjuntamente com a terapia necessária para ajudar aos pacientes a modificar ou substituir aqueles comportamentos que os colocam a si e aos outros em risco de serem infectados
A terapia pode ajudar aos pacientes a evitar comportamentos de alto risco. Também pode ajudar as pessoas que já estão infectadas a manejar sua doença.
1.13 A recuperação da dependência de drogas pode ser um processo em longo prazo e freqüentemente requer várias tentativas de tratamentos
Tal como em outras doenças crônicas, a recaída pode ocorrer durante ou depois de tentativas exitosas de tratamento. Os pacientes podem necessitar de tratamentos prolongados e várias tentativas de tratamento para poder conseguir a abstinência em longo prazo e um funcionamento completamente reestabelecido. Participação em programas de auto-ajuda durante e depois do tratamento serve de apoio para a manutenção da abstinência.
2. TRANSTORNOS RELACIONADOS AO USO DE SUBSTÂNCIAS – PRINCÍPIOS E ALTERNATIVAS DE TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO
Baseado
RESUMO DAS RECOMENDAÇÕES
Este sumário tem a intenção de prover uma visão panorâmica da organização e escopo de recomendações do guia prático completo ao qual faz parte. O tratamento de indivíduos com transtornos relacionados ao uso de substâncias psicoativas (que doravante abreviaremos neste texto como TUS) requer a consideração de muitos fatores e não pode ser adequadamente revisado em um breve resumo. O leitor é encorajado a consultar o guia completo (disponível On line no endereço: http://www.psych.org/psych_pract/treatg/pg/pg_substance.cfm) para obter recomendações específicas de tratamento.
Sistema Codificador
Cada recomendação é identificada como pertencente a uma de três categorias de endosso, indicado através de um numeral romano entre parênteses seguinte à recomendação.
As três categorias representam variáveis níveis de confiabilidade clínica:
(I) recomendado com substancial confiabilidade clínica
(II) recomendado com moderada confiabilidade clínica
(III) pode ser recomendado com base em circunstâncias individualizadas
Princípios Gerais
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Indivíduos com TUS são heterogêneos em relação às características clinicamente importantes.
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· número e tipo de substância utilizada
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· severidade do transtorno e grau de prejuízo no funcionamento associado
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· condições médicas gerais e psiquiátricas associadas
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· forças (fatores protetores e de adaptabilidade) e vulnerabilidades próprias de cada paciente
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· O contexto social e ambiental no qual o indivíduo vive e será tratado.
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Tais pacientes serão afetados em várias áreas de seu funcionamento e requerem tratamento multiprofissional. Este tratamento pode ser pensado como ocorrendo em fases.
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· Fase de avaliação
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· tratamento de quadros de intoxicação e abstinência, quando necessário.
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· desenvolvimento e implementação de uma estratégia global de acompanhamento
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2.1 Elementos da Avaliação
Uma avaliação psiquiátrica completa é essencial para guiar o tratamento de indivíduos com TUS. Esta avaliação pode incluir:
- história atual e pregressa detalhada do uso de substâncias e seus efeitos sobre o funcionamento cognitivo, psicológico, comportamental e fisiológico do paciente;
- exame e história médica geral e psiquiátrica;
- história dos tratamentos psiquiátricos prévios e seus resultados;
- história familiar e social;
- testagem toxicológica de drogas de abuso; e
- outros exames laboratoriais para ajudar a confirmar a presença ou ausência de comorbidades freqüentemente associadas com TUS.
Gerenciamento psiquiátrico é a base do tratamento de TUS. O manejo psiquiátrico tem os seguintes objetivos:
- estabelecer e manter uma aliança terapêutica
- monitorar o estado clinico do paciente
- tratar os estados de intoxicação e abstinência
- desenvolver e facilitar aderência ao plano terapêutico
- prevenir a recaída
- providenciar psico-educação sobre TUS
- reduzir a morbidade e seqüelas associadas
2.3 Tratamentos Específicos
Abordagens farmacológicas e psico-sociais não serão revisadas especificamente neste resumo, embora sejam geralmente estudadas e aplicadas no contexto de programas de tratamento que combinam diferentes modalidades de tratamento. Vale salientar aqui que é incomum que uma única abordagem seja efetiva quando utilizadas isoladamente.
2.4 Tratamentos Farmacológicos
Abordagem farmacológica é benéfica para determinados pacientes com TUS. As categorias de tratamento farmacológico são:
- medicações para tratar os estados de intoxicação e abstinência
- medicações usadas para reduzir os efeitos reforçadores (que promovem ou facilitam a auto-administração) das substâncias de abuso
- medicações que desencorajam o uso de substâncias por induzir conseqüências desagradáveis através da interação do fármaco com a droga de abuso ou através do acoplamento do uso da droga com um desprazer (condicionamento induzido pela droga)
- terapia de substituição por agonista
- medicações para tratar comorbidades psiquiátricas
Abordagens psico-sociais são componentes essenciais de um programa completo de tratamento dos TUS. Embora haja poucos estudos controlados e muitos deles tenham limitações metodológicas, as informações disponíveis, somados à experiência clínica, indicam que as seguintes formas de tratamento são eficazes:
- psicoterapia cognitivo-comportamental
- psicoterapia comportamental
- psicoterapia psicodinêmica/interpessoal
- psicoterapia de grupo e familiar
- participação em grupos de auto-ajuda (AA – Alcoólicos Anônimos, NA – Narcóticos Anônimos, outros)
Os objetivos/metas de tratamento e a escolha de modalidades específicas necessárias para atingir estas metas podem variar entre diferentes pacientes e para um mesmo paciente em diferentes fases do transtorno. Já que muitos desses transtornos são condições crônicas, os pacientes usualmente requerem tratamento de longo-tempo, embora a intensidade e os componentes específicos possam variar no tempo. Um plano de tratamento é desenvolvido incluindo os seguintes elementos:
- gerenciamento psiquiátrico
- uma estratégia para promover abstinência ou reduzir os efeitos do uso de substâncias psicoativas
- esforços para aumentar a adesão continuada ao programa de tratamento, à prevenção da recaída e à melhora do funcionamento global do sujeito
- tratamentos adicionais necessários para pacientes com comorbidades clínicas ou psiquiátricas
O regime de tratamento varia em função da disponibilidade de modalidades específicas de tratamento, do grau de restrição ao acesso às substâncias que são provavelmente abusadas, da disponibilidade de cuidados médicos gerais e psiquiátricos e do meio geral e filosofia de tratamento a ser indicado.
Pacientes devem ser tratados no regime menos restritivo possível e que provavelmente seja seguro e eficaz. Decisões acerca do regime devem ser baseadas:
- na habilidade do paciente em cooperar com o tratamento oferecido e se beneficiar dele
- na estrutura e suporte necessários
- na habilidade do paciente em conter seu uso de substâncias psicoativas
- na habilidade de evitar comportamentos de risco
- na necessidade de tratamentos específicos somente disponíveis em certos regimes
Os regimes comumente disponíveis para tratamento incluem:
- regimes hospitalares
- regimes de tratamento “residencial”, conhecidos em nosso meio comumente por Comunidades Terapêuticas
- hospitalização parcial, comumente chamados de Centro-dia ou Hospital-dia
- regimes ambulatoriais
2.8 Características clínicas que influenciam o tratamento
O planejamento e implementação do tratamento devem considerar:
- as condições médicas gerais e existência de comorbidades psiquiátricas
- fatores relacionados ao gênero (incluindo a possibilidade de gravidez)
- idade (por exemplo, crianças, adolescentes e idosos)
- ambiente social e de moradia
- fatores culturais
- características familiares
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